Yngrid Kelly Vianna
Fingir...eu finjo não sentir dor quando teus pássaros arrancam da minha boca palavra por palavra.então finjo que o silencio é uma visita que fica no lugar dos sorrisos ,ela dorme nos meus nervos ,arde.mas é a única companhia para o corpo.e invento para ela coisas boas e rimos tanto, mesmo do que não é rizível,mas para isso treinei muito,por muito tempo .sei treinar bem máscaras ,tão necessárias para me olhar no espelho.fingir é um grande deserto que seca a medula ,a garganta ,fingir é gritar para dentro e explodir .é se acumular no canto do mundo e morrer devorada pela larva gorda da realidade.mas o que mais sei finjir é de acreditar.
sei. sei sim fingir ,mas não sei esquecer bem.então saber também dói.mas eu tenho que inventar tanta coisa .treinei inventar .é meu passatempo ,meu hobby.invento tantas coisas,até que sou feliz ,imagina.invento tão bem que sou feliz que aposto que você nem desconfiou. você não desconfia porque não me olha .finge ,só finge que me olha,mas não me vê .se olhasse bem nos meus olhos veria a escuridão. tenho o fundo dos olhos quebrados por seus verbos lamina tão afiados. o azul vaza sem parar. será que morri,sera que isso é morrer?dizem que morrer é um corpo vazio de alma.me sinto vazia ,tem dias que chamo por mim mas ninguém responde.não me sinto dentro de mim.me perdi?então eu estou fingindo viver?
Os fantasmas que invento sempre se esquecem de me avisar que já são 8 horas.
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